quinta-feira, 24 de maio de 2012

Um Filme Indesejado

Luz, câmera, ação:Um filme de terror, uma chanchada suja, podre, fétida...
Uma cena, uma atitude;
Um ator que se põe a correr sem rumo
E tem seu destino freado, bloqueado
Por aquele que até pouco tempo era o seu mocinho.
O mocinho nesse filme virou vilão,
Uma daquelas pessoas que só ao olhar você sente asco e pena
Um vilão que até pouco tempo você o amava, idolatrava e se espelhava
E que hoje você não suporta sequer ouvir o seu nome.
No outro plano, um menino, desconhecido para mim, e muito íntimo para o outro,
Que se delicia ao ver a submissão, a subserviência de seu mais novo amor
No plano-sequência, o ator entra naquele que a um dia atrás era o seu ninho do amor proibido
E vê o mocinho tornar-se vilão, vê o mocinho virar um monstro.
Corte para a rua, o ator entra em foco,
Carros e pessoas passam pela estrada, mas o ator é tomado pelo desatino,
Uma mão segura o ator, é o vilão (ou mocinho) tentando explicar sua cena de amor e entrega,
O ator não quer ouvi-lo, não quer seu toque, seu cheiro, suas palavras,
O vilão se explica e o ator chora, depois finge acreditar nas palavras do vilão
Mas no fundo, o ator sabe que essa cena vai se repetir mais e mais vezes...
Ação!
O ator agora em seu camarim, se droga e analisa tudo que aconteceu, na sua cabeça as cenas passadas rodam em flash-back, e agora ele não sabe se segue para mais uma cena ou abandona esse filme,
Só sabe que é hora de descançar e relaxar.
Corta!
-Ficou ótimo, amanhã continuamos.