Saudade do seu
colo, de quando minhas lágrimas eram sobre o futuro e não sobre o passado, de
quando o riso era espontâneo, de quando a morte era só uma certeza, não um
medo. Saudade da menina de olhos coloridos que me fez enxergar o mundo não em
preto e branco, mas o mundo que eu quis ver, saudades de quando eu tinha um
porto seguro e ficava à deriva. De quando o amor era só a manifestação de dois
amigos, saudade dos seus atrasos sempre pontuais, de seus mantras inventados na
hora de se entregar, de suas palavras e conselhos, seu olhar traiçoeiro.
Saudades do tempo que eu fazia coisas pra chamar sua atenção e não parecia
palhaço, de quando eu planejava meu futuro pretendendo nunca me afastar dela. O
tempo passou e eu me afastei, me doía a idéia de não poder tê-la todos os dias,
sufocava-me mantê-la presa dentro de mim, quantas vezes senti-me vazio por que
ela não estava lá para me consolar, quantas vezes a gargalhada era interrompida
por que ela não estava ali para que eu pudesse compartilhar minha alegria.
Minha Claricinha cresceu e se tornou mulher, muito mais mulher que já era, uma
mulher que segue seu caminho longe do meu, mas que sempre que eu posso eu quero
ter por perto, quero que ela saiba que o meu amor por ela é chama que não se
apaga. Vai Claricinha, entrega-te, viva, mas lembre-se sempre de ter um lugar
reservado pra mim, por que o seu já é reservado dentro de mim e não há quem vá
te tirar daqui.
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