domingo, 11 de outubro de 2015

Natimorto.

Ando vendo o mundo em câmera lenta, vejo apenas o traço bêbado dos faróis dos carros, a silhueta dos casais se beijando nos coretos, a sombra do velho se arrastando na parede. O mundo anda tão sem graça, é como se todos os dias fossem domingo, aquela preguiça de não fazer nada e o impulso de querer fazer tudo, nessa dualidade quem ganha é a preguiça. Quero amar, mas não tem ninguém e meu orgulho não me deixa procurar, sigo a filosofia de sempre aparentar estar bem, mesmo querendo expor todas as minhas vontades. Na verdade eu cansei, cansei de procurar pelas pessoas, de ouvir as novas músicas daquele cantor que eu amava, de ir ver a exposição daquela artista que me inspiravam. As vezes eu acho que já morri, e o que está aqui é o espírito do que jamais esteve espiritualizado, ou talvez, minha alma foi passear e deixou o corpo aqui. Não sei! Me sinto morto desde que nasci, a sensação de que falta algo, é crescente! Quer saber? Eu vou por aí e se perguntarem por mim, diz que eu morri! Desencarnei a dois meses e o que escreve aqui é a parte morta do que jamais foi vivo um dia. Fui.

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